RF Recomenda: para assistir no recesso Forense

Por Antonio Ruiz Filho

Neste momento da história mundial conturbado por guerras, considero oportuno relembrar mais um clássico da cinematografia de tribunais: Julgamento de Nuremberg (Judgment at Nuremberg - 1961), na versão original em preto e branco que em nada prejudica o prazer de assistir – existe um remake com Alec Baldwin (2000).

O grande Spencer Tracy (O velho e o mar, entre outros clássicos) tem interpretação magistral no papel do juiz aposentado Dan Haywood, designado para presidir o julgamento de quatro juízes nazistas após o término da II Guerra.

O filme é uma reprodução do julgamento com os embates entre acusação e defesa, e envolve a discussão sobre cumprir as leis do Terceiro Reich, assim dizimando o povo judeu, e os crimes atrozes contra a humanidade praticados sob suposto manto de “legalidade”.

Maximilian Shell foi consagrado com o Oscar de melhor ator pelo seu desempenho. Ainda estão no filme Burt Lancaster e Marlene Dietrich.

No final, há diálogo da maior importância, inclusive para os tempos que correm, entre o juiz que dá a sentença e um dos sentenciados. Merece muito ser visto e revisto.

Outro filme muito interessante, Acima de Qualquer Suspeita (Presumed Innocent- 1990), é baseado no livro homônimo (1987) do escritor de romances de tribunal, Scott Turow, que atuou por oito anos na Procuradoria de Chicago. Estrelado por Harrison Ford, no papel de Rusty Sabish, o mais temido promotor público do Tribunal. Há forte discussão sobre conflito de interesses quando Sabish, depois de ter atuado na investigação do cruel homicídio de uma colega da promotoria, torna-se acusado do crime e é levado a Júri. O julgamento é cheio de reviravoltas, e o final, intrigante. Recentemente, a Apple TV voltou ao famoso romance com minissérie estralada por Jake Gyllenhaal, sob produção de outro craque do ramo, David E. Kelley. O seriado é extremamente bem realizado, as inquirições de testemunhas e manifestações das partes no curso do julgamento são excepcionais (vale conferir), além de reservar surpresas para o final. Também vale muito ler, assistir e comparar cada obra, com as suas sutilezas e refinamentos. Quem seja aficionado por filmes de tribunal, não pode deixar de assistir ao filme e à minissérie.